Li isto há tempos e achei bonito.
"Eu te amo, por favor" deveria ser uma expressão, que tal ao invés de "Bom dia" um " Aceita um Eu te amo?"
Amar devia ser ensinado como código de costume e conduta. Os músicos pedem mais amor ao mundo, os homossexuais defendem sua forma de amar, as crianças querem o Amor da mãe. A moça da novela faz as feministas encherem os olhos d' água ao receber um buquê de flores do galã. Que "rai" de diabos é amor. O primeiro Eu te amo deveria ser eternizado e ecoar no mundo pra sempre. Façamos então, uma caminhada Pró- amor. Pró- trocas de cartas, Pró- brilho nos olhos todos os dias, Pró- eu- te -acho- a- pessoa-mais-linda-do-mundo.
A maior parte das postagens deste blog falavam da falta de amor, do desconhecimento, e de meses pra cá falam do excesso e do não saber-o-quê.
Amor, por favor. Bernardi pediu num dia de inverno: " Um café e um amor, quentes por favor." Por favor é um expressão tão desnecessária. Imagina só: " Não me magoe, por favor" quanto vale isso pra pessoa que ouve? Pois bem, "Me ame, obrigada". Bobagem esta coisa toda de educação" O tal amor não tem código de costumes como já descrevia Nobert Elias, o amor é selvagem e não passou por processo civilizador. A academia jamais vai explicar o amor. Nem trabalho etnográfico, nem análise sociológica. Nem Freud explicou. Estamos todos fodidos, amando ou não. Estamos todos imersos, nem que seja uma vez na vida, nas palavras pessimista que Charles Bukowski declamava nos bares. No fim somos todos quitinetes sem telefone, Caio. No fim, a liberdade não pode ser substância, Clarice. Que me sejam apresentados novos autores, Amor eu já tenho. Que me seja então, ensinado o jeito de amar e de transformar isto tudo em coisa boa. Que alguém me ensine como te fazer se sentir feliz e amado. Não sei ler estes símbolos, não passei por este processo de socialização. Que alguém me ensine a não te perder e não me perder no meio de tanta educação e desta merda toda de aparência que é hoje a vida. Que alguém me prove que o Amor ainda existe.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Eles me entenderiam
Clarice me entenderia quando eu digo que descobri em mim mesma a felicidade, que tive a minha "Descoberta do mundo", nessas nossas conversas íntimas ela me dizia que a minha estrela iria brilhar em algum momento. A de todo mundo brilha em algum momento, basta mantê-la brilhante o máximo de tempo que conseguirmos. Machado me entenderia quando eu digo que não sei ao certo os motivos que me põe a caneta na mão e Tati Bernardi me aconselharia com voz imponente como fazia no auge dos meus quinze anos: Sofra, chore, mas espere O próximo. Melamed me aconselharia a criar e olhar com criatividade o mundo a minha volta, mesmo o que não estiver na minha esfera de influência, brincar com as palavras em meio ao caus. Acho que ele estaria orgulhoso agora. Ele me entenderia e me ajudaria a compreender o meu processo de "Regurgitofagia". Caio Fernando, tão meu sempre, me diria pra ter calma e espera com fé, talvez com um choro preso e um café quente toda noite, pra enfrentar melhor a madrugada e fazer companhia a tão amiga íntima agora, insônia. Ele diria, na falta de amor, café. Primeiro os morangos depois os mofos. Visto que na vida não deixarão de existir "Morangos mofados". Dalton Trevisan me diria que a "cada palavra, um beijo a menos", mas penso que na falta de beijo, muito tem me servido as palavras. Rubem Braga me faria um crônica, tenho certeza. E a Ana Cláudia Calomeni iria me lembrar de outros carnavais, de outras nossas-primeiras-músicas. Saramago me traria um "bom dia tristeza" e Cazuza sagaz como sempre diria "se doer demais é porque valeu", tia Rita- linda iria me lançar seus perfumes, suspender todos os jardins da Babilônia e me explicar o amor, o sexo. A professora mais linda de português que eu já tive na vida, tia Val, iria me olhar com carinho, passar as mãos no meu cabelo e pedir: respire. Não se apresse, eu te entendo, use vírgula, associe livremente as ideias, mas atente para a lógica, fundamentalize seu argumento. E sorriria dizendo um "vai ficar tudo bem" que me deixaria com os olhos cheios de lágrimas. Os bons escritores nem sempre se adaptam a métrica. Tia Val me entenderia. Beauvoir me ensinaria, mais uma vez, que a mulher não tem nada de frágil e ouviria atenta, minhas ânsias. O Árabe que escreveu o provérbio- árabe que dizia "Isso também vai passar" que eu não sei onde eu li, também me entenderia. Freud me entenderia, talvez eu nem precisasse de análise. O mundo talvez não, mas eles me entenderiam.
domingo, 20 de janeiro de 2013
Encantamento
Às vezes, vezenquando, quando vez, quando vens. De encontrão encontramo-nos e no encontramento encantamento fez-se. E eis que tudo virou luz. Sons, luzes e palmas. Seja o que for: encantamento. Outrora passou, quiçá passe. Associação livre de ideias é o mesmo que libertamento desprendido de sensações? Fora o que senti. Que criem-se palavras que sejam capazes de exprimir e dar sentido ao momento. Viver sem estar sujeito ao encantamento é duvidosamente mau. Bem, que Deus conceda-lhes a oportunidade de sentir um dia. Desejo-lhes tudo de encantamento despropositado prosa poesia literatura marginal leitura de boteco e Machado de Assis. Principalmente Machado de Assis! E se achares pouco, um pouco de criatividade e mel: Melamed. Usem outras línguas, investigue em dicionários, não se esqueçam dos aforismos. Chamem os nossos amigos Ets. Jogue com as palavras, que todos os trocadilhos e figuras de linguagem floresçam em ti, em nós. Sem medo, ter medo é desperdício tal como quando você deixa de espreguiçar-se em sua cama por mais 5 minutos antes de ir ao trabalho. Desperte, desperte em ti o desejo da simplicidade, de ver beleza nas coisas simples contanto que não vós passe despercebido o que te faz feliz, e que seja simples! Que seja simples, pois há de nascer algo mais bonito que flor. Desejo-lhe tempo. Pois que falta e que falta faz o tempo! Há de vir o tempo em que daremos mais importância à literatura que à ciência. Assim espero, despertar no entanto, relaxada, sem pressa de querer que as coisas saiam do meu jeito e não do jeito a que conspira o Deus Universo. Sorte, sonho, doçura. Desejo a nós, a todas as criaturas pensantes e inanimadas. Sonho, sonhe, sonho. Que não vivamos só deles, mas do que eles nos proporcionarem. Desejo muito encantamento ao mundo, vide que precisa.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Nunca em negrito é um esporro
Que todos as caps locks sejam pressionadas ao mesmo tempo. Hoje eu não quero uma atenção flutuante. Estudar psicanálise tem mexido muito comigo. Tudo tem mexido, como já indicava meu mapa astral. O inferno está posto, é não é o de 3 dias denominado TPM. Júpiter encontra Saturno e chama Peixes pra brincar comigo e desestruturar minha vida: Estou apaixonada. Uma daquelas, fortes que vem tipo pororoca de abril, devastando tudo. Que te tira todas as certezas que na verdade nunca foram certezas porra nenhuma. Daqui a pouco faço 20, e parece que eu não consigo sair dos 13 nunca. Já pensou o quanto um negrito num texto uniforme pode fazer diferença? Já pensou o quanto alguém pode te deixar nas nuvens e depois ir embora te deixando mal e com uma dor no peito, um nó absurdo na garganta, uma dificuldade imensa de respirar? O oxigênio não chega ao cérebro e você não pensa. Só treme e fica sem reação ao ver a pessoa que você queria ter. Ter de uma forma egoísta e que te dê mesmo a sensação de pertença. Qual é o problema de querer pertencer a alguém, afinal? Que sejam minimizadas todas as teorias, todas as receitas de bolo. Hoje eu quero me declarar neurótica-obsessiva- histérica- apaixonada. Eu quero me libertar de todos os meus traumas. Realmente não sei se é melhor viver no mundo da fantasia, em que não há espaço pra frustrações, pra choro ou insônia. Fantasiar deve mesmo ser melhor que viver. Dizer Nunca é o mesmo que clamar aos céus e a Terra: quero que aconteça. Dizer nunca, assim em negrito, é um esporro. Viver é um esporro.
Assinar:
Postagens (Atom)