tag:blogger.com,1999:blog-69959562254497286552024-03-13T07:49:46.741-07:00Pororocas."Em sua origem tupi, essa palavra quer dizer algo como "causar um grande estrondo."
Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-23045080504152174892016-04-10T20:24:00.000-07:002016-04-10T20:24:46.505-07:00 Acabei de ver que faz quatro meses que você não escreve na pra mim. Quero dizer, nada no seu blog. Hoje me pus a pensar no quanto uma página de internet foi nosso ponto de fuga e ao mesmo tempo nosso espaço de encontro, de saber que sabíamos que existíamos um pro outro e que éramos lidos.<br />
Ontem fui dormir pensando no nervosismo no portão e nas ligações de horas e horas, quando o telefone esquentava e a gente punha na tomada e não queria largar nunca. A soberba me diz que eu tenho a melhor história de amor pra contar, a minha história. E aos 20 anos...<br />
Fiquei pensando nas coisas que você me disse depois que fizemos amor, na verdade, tantas coisas ditas e tantas vezes de amor. De repente não fico mais preocupada em resgatar o que fiz você sentir ou o que sentia. O nervosismo, o medo, ou te deixar vidrado apenas em mim sem se preocupar com outra garota passando pelo corredor da faculdade. A maturidade e o tempo mostram que estas coisas também passam. Mas hoje, acabo me concentrando no que eu já representei pra você. Sempre ouvi dos quatro ventos que eu era uma garota autêntica, com personalidade, incrível. E nem por isso, ou diante de tantos artifícios e qualidades deixaram de me machucar pela vida afora. Acho que já me senti mal muitas vezes querendo ser uma reinvenção de mim mesma pra ser mais agradável aos seus olhos. Quando me arrumava para faculdade, eu queria mais que pra qualquer pessoa ser interessante pra você como a primeira vez em que você me viu atravessando a rua com os cabelos esvoaçantes. Queria parecer um museu arqueológico inteiro só pra você me desvendar, me construir e desconstruir. Cômico e dramático ao mesmo tempo: não consigo escrever para você sem que lagrimazinhas salientes escorram pelo mesmo rosto. É mistura de tudo, bate uma coisa estranha no peito, na garganta, e na mente. Tudo transparece no suor e nas mãos trêmulas. Ninguém nunca vai descrever o amor, é lindo demais é celestial demais para ser materializado.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-28662550698612622902014-06-25T12:28:00.004-07:002014-06-25T16:08:57.334-07:00O momento em que fui Amélie Poulain <span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Num dos meus filmes prediletos a mocinha passa a vida tentando fazer o bem para os outros sem se preocupar muito com ela. Esta coisa de ao mesmo tempo ser protagonista do filme, mas parecer despretensiosamente figurante de sua própria vida, me faz adorar tal história.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">A primeira vez em que o vi fiquei intensamente encantada e emociona. Pensei que quem o tivesse escrito fosse uma espécie de gênio sensitivo e que percebesse de um jeito muito especial o mundo. </span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Acho que eu estou num momento muito diferente da minha vida. Um momento em que como poucas vezes eu não estou focada em mim mesma, em que estou mais preocupada com as pessoas ao meu redor e com as pessoas que eu amo. Preocupada em fazer o bem.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Com a novidade de que pela primeira vez isso não me causa medo ou insegurança.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Eu estou amando e me deixando amar sem querer protagonizar nada, sem querer escrever o final da história. Este é o momento mais Amélie da minha vida, e eu não tenho pressa que passe. </span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">A fé continua. Eu acredito que só os corações bons herdarão o reino do Amor.</span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-4GMhAMNnbI8/U6senyDhyrI/AAAAAAAAAPU/hNvShxNYCIE/s1600/am%C3%A9lie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-4GMhAMNnbI8/U6senyDhyrI/AAAAAAAAAPU/hNvShxNYCIE/s1600/am%C3%A9lie.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<span style="font-size: large;">(...)</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: large; line-height: 20px;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">''- Sabe a garota do copo de água?</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: large; line-height: 20px;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">- Sei.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 20px;">- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 20px;">- Em alguém do quadro?</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large; line-height: 20px;">- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 20px;">- Em outros termos, prefere imag</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 20px;">inar uma relação com alguém ausente a criar laços com os que estão presentes.<br />- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.<br />- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 20px;">ordem?</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 20px;">''</span></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: large; line-height: 20px;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: large;"><b><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;">Diálogo retirado do filme O Fabuloso destino Amélie Poulain.</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"> </span></b><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"><br /></span></span>Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-43442182375835818432014-06-15T13:18:00.000-07:002014-06-15T13:18:34.391-07:00Na faltaNa falta de alegria, chorei<br />
Na falta de sorrisos, música<br />
Na falta de coragem, esqueci<br />
Na falta de você, eu mesma<br />
Na falta de felicidade, postagem<br />
Na falta de amor, perdão<br />
Na falta de esperança, tua voz.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-12505413109743450352014-06-15T13:17:00.000-07:002014-06-15T13:22:46.837-07:00A rotina que não cansaOuvir tua voz e não enjoar.<br />
<br />Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-76291340962524498992014-05-28T10:11:00.000-07:002014-05-31T14:54:06.966-07:00Sobre HistóriasLembro que sempre gostei de ouvir histórias, e com o passar do tempo apaixonei-me por contá-las. Toda teoria que a gente tem contato precisa ter alguma finalidade para a vida prática, se não for deste jeito, na verdade não serve para nada. E quanto às pessoas e as relações humanas não sou caxias ou radical: não acho que um pessoa precisa ser uma coisa e necessariamente ter que abrir mão de outra. Como se fôssemos caixinhas que precisam ser separadas e categorizadas.<br />
Hoje, com este post, não tenho a intenção de contar uma história, mas pensar e refletir sobre o movimento da história, seja ela coletiva, subjetiva ou pessoal. A pergunta que me segue e não me deixa dormir é: quantas histórias cabem num espaço de tempo?<br />
Engraçado como minha formação têm influenciado a maneira como eu vejo as coisas e percebo o mundo. Sinto-me inclinadíssima a tendência de que devemos entender o momento histórico para compreender as ações dos sujeitos, e que isso tem tudo a ver com as experiências pessoais. Daí percebo o quanto a teoria pode aliar-se à prática e que talvez eu esteja fazendo bem o dever de casa.<br />
Nada do que é histórico me parece estranho, inexplicável ou uma verdade absoluta. Este pequeno texto, diferente dos demais que escrevo, parece frio e científico, mas garanto- lhes que isto muito pouco tem a ver com a pessoa que tenho me tornado depois das experiências que vivi na minha História, ou com a permissão de que outras pessoas também fossem personagens na minha narrativa.<br />
Talvez a tentativa de explicar tudo de forma descritiva e reflexiva, não ajude-nos a encontrar todas as respostas, mas quem sabe tirar um pouco do peso dos ombros.<br />
Não cabe a nós julgar as pessoas, o que elas fazem o que se tornam. Tem aquele velho ditado que o pior perdedor é aquele que mente pra si mesmo. E é bem isso, sem delongas e teorias.<br />
O fluxo que escreve a história não é um só, ele é múltiplo e surpreendente. Não é cíclico e nem constante. Ele se desdobra e ganha corpo. Ele permite várias interpretações e discursos. Os personagens não são os mesmos, por sua vez, as ações também não. Os fatos podem ser um só, mas a História não é só uma. Nem o final.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-20048507367166629702014-04-18T17:41:00.000-07:002014-06-25T12:32:05.241-07:00O amor verdadeiro existePrimeiro: Sim, é possível viver um amor de verdade. Um amor sem prisão, sem posse. Amor puro e não apenas encantamento. Um amor em que o relacionamento acaba e você respeita e ama aquela pessoa pra sempre.<br />
Eu deveria, por associação de ideias e talvez por olhar pra dentro e ver tanto coração espremido que isto tudo é uma grande bobagem. Mas existe um ditado que é a maior verdade do mundo: o que você viveu ninguém pode tirar de você. Infelizmente neste grande pacote vem a maior dor do mundo e as náuseas. Os dez dias de choro e o olhar pro mar e nada mais fazer mais sentido. Mas isto é a gotinha do copo. Tudo é escolha. É o que você sente, mas não só isso, é o que pode passar a ser passado, e isso, só depende de você mesmo.<br />
O mais difícil é sempre perdoar. O perdão é árduo, sofrido, diário. O perdoar a si próprio também é importante. Esvaziar as caixas, apagar as fotos, as noites que você pensa mas não chora, as noites que sem perceber você para de pensar, e de chorar. Um mês. O que é um mês para um sentimento que parecia te devorar, tomar conta de você e te causar dependência.<br />
Mas aí é sempre a mesma questão, o mesmo problema colocado. O problema dos 15 anos, dos 17, de quando seu pai vai embora, de quando o mundo de faz chorar, de quando você mesma subestima sua força: Vale a pena?<br />
Verbalizar vale, isso eu sei. Sonhar valeu, chorar valeu. Esperar. Sorrir. Amar. Agradar. Querer. Proteger. Suspirar. Claro que vale!<br />
Cada momento serviu pra constituir quem eu sou hoje. Me faz bem acreditar que eu muito contribuo pra vida de quem me cerca. Quem sou eu pra jugar tudo o que você fez. Se de repente deixou de me amar, se de repente escolheu outra vida e não sonhou mais comigo. As pessoas às vezes não são, estão.<br />
As poucos tudo vai fazendo sentido. Não como quebra cabeça que talvez eu só precisasse usar a lógica pra descobrir qual é o sentido, mas como milhões de papeis picados que eu preciso unir e desvendar o que querem dizer. Palavra por palavrinha. O trabalho não é fácil. Eu que sei! Mas é recompensa é grande. É ver quem me ama sorrindo e ficando feliz por minha causa. Um eu te amo nunca vai ter preço. Nunca! Se é de verdade nunca vai passar. Às vezes as pessoas só pensam em si mesmas, como um dom. Será que isso é defeito? Eu sou tão pequena que não consigo entender.<br />
Mais uma que aprendi: nossa geração não tem palavra. Acreditemos, bater no peito e dizer que é homem não é ser. Os homens de hoje não são como os nossos avós. Basta que sejamos apenas sujeitos históricos. As pessoas se enganam, é mais fácil. Mas este texto não é sobre os outros. Ele é sobre mim, sobre nós, sobre tudo isso que tá passando.<br />
Fico impressionada de ver como eu sou só amor. Eu sempre ouvi que era especial e nunca acreditei. Hoje, na minha casa, com meus amigos de infância me abraçando e com pessoas me dizendo diariamente o quanto sentiram minha falta, que não me esqueceram e que o que eu representei não vai passar, eu me sinto importante. Eu me sinto única. Sinto o que achei que só você neste mundo poderia me proporcionar. Então o que eu peço hoje quando oro por você é que não nos falte amor nesta vida. E pra mim é que eu ouça muitas vezes ainda " Você é linda por dentro e por fora." Que eu acredite nisso.<br />
Que eu transborde sempre amor e no meu coração não caiba ódio. Que eu seja e saiba ser mais sincera com as próximas pessoas que passarem pela minha vida. Que eu me ame, que eu ame. Amém!<br />
O amor verdadeiro existe.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-71356936640957797622014-03-02T17:48:00.001-08:002014-09-22T19:00:53.010-07:00Amor é pororocaO amor é como uma pororoca de março: chega e sai arrastando tudo, sem olhar pro lado, sem pedir licença. Amar é pedir que arrastem nossas certezas.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-16541336948336304632013-06-17T19:22:00.001-07:002014-06-25T12:31:46.640-07:00Eu te amo, por favorLi isto há tempos e achei bonito.<br />
"Eu te amo, por favor" deveria ser uma expressão, que tal ao invés de "Bom dia" um " Aceita um Eu te amo?"<br />
Amar devia ser ensinado como código de costume e conduta. Os músicos pedem mais amor ao mundo, os homossexuais defendem sua forma de amar, as crianças querem o Amor da mãe. A moça da novela faz as feministas encherem os olhos d' água ao receber um buquê de flores do galã. Que "rai" de diabos é amor. O primeiro Eu te amo deveria ser eternizado e ecoar no mundo pra sempre. Façamos então, uma caminhada Pró- amor. Pró- trocas de cartas, Pró- brilho nos olhos todos os dias, Pró- eu- te -acho- a- pessoa-mais-linda-do-mundo.<br />
A maior parte das postagens deste blog falavam da falta de amor, do desconhecimento, e de meses pra cá falam do excesso e do não saber-o-quê.<br />
Amor, por favor. Bernardi pediu num dia de inverno: " Um café e um amor, quentes por favor." Por favor é um expressão tão desnecessária. Imagina só: " Não me magoe, por favor" quanto vale isso pra pessoa que ouve? Pois bem, "Me ame, obrigada". Bobagem esta coisa toda de educação" O tal amor não tem código de costumes como já descrevia Nobert Elias, o amor é selvagem e não passou por processo civilizador. A academia jamais vai explicar o amor. Nem trabalho etnográfico, nem análise sociológica. Nem Freud explicou. Estamos todos fodidos, amando ou não. Estamos todos imersos, nem que seja uma vez na vida, nas palavras pessimista que Charles Bukowski declamava nos bares. No fim somos todos quitinetes sem telefone, Caio. No fim, a liberdade não pode ser substância, Clarice. Que me sejam apresentados novos autores, Amor eu já tenho. Que me seja então, ensinado o jeito de amar e de transformar isto tudo em coisa boa. Que alguém me ensine como te fazer se sentir feliz e amado. Não sei ler estes símbolos, não passei por este processo de socialização. Que alguém me ensine a não te perder e não me perder no meio de tanta educação e desta merda toda de aparência que é hoje a vida. Que alguém me prove que o Amor ainda existe.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-3713034878814483912013-01-21T17:54:00.000-08:002016-04-10T20:47:03.222-07:00Eles me entenderiam Clarice me entenderia quando eu digo que descobri em mim mesma a felicidade, que tive a minha "Descoberta do mundo", nessas nossas conversas íntimas ela me dizia que a minha estrela iria brilhar em algum momento. A de todo mundo brilha em algum momento, basta mantê-la brilhante o máximo de tempo que conseguirmos. Machado me entenderia quando eu digo que não sei ao certo os motivos que me põe a caneta na mão e Tati Bernardi me aconselharia com voz imponente como fazia no auge dos meus quinze anos: Sofra, chore, mas espere O próximo. Melamed me aconselharia a <i>criar </i>e olhar com criatividade o mundo a minha volta, mesmo o que não estiver na minha esfera de influência, brincar com as palavras em meio ao caus. Acho que ele estaria orgulhoso agora. Ele me entenderia e me ajudaria a compreender o meu processo de "Regurgitofagia". Caio Fernando, tão meu sempre, me diria pra ter calma e espera com fé, talvez com um choro preso e um café quente toda noite, pra enfrentar melhor a madrugada e fazer companhia a tão amiga íntima agora, insônia. Ele diria, na falta de amor, café. Primeiro os morangos depois os mofos. Visto que na vida não deixarão de existir "Morangos mofados". Dalton Trevisan me diria que a "cada palavra, um beijo a menos", mas penso que na falta de beijo, muito tem me servido as palavras. Rubem Braga me faria um crônica, tenho certeza. E a Ana Cláudia Calomeni iria me lembrar de outros carnavais, de outras nossas-primeiras-músicas. Saramago me traria um "bom dia tristeza" e Cazuza sagaz como sempre diria "se doer demais é porque valeu", tia Rita- linda iria me lançar seus perfumes, suspender todos os jardins da Babilônia e me explicar o amor, o sexo. A professora mais linda de português que eu já tive na vida, tia Val, iria me olhar com carinho, passar as mãos no meu cabelo e pedir: respire. Não se apresse, eu te entendo, use vírgula, associe livremente as ideias, mas atente para a lógica, fundamentalize seu argumento. E sorriria dizendo um "vai ficar tudo bem" que me deixaria com os olhos cheios de lágrimas. Os bons escritores nem sempre se adaptam a métrica. Tia Val me entenderia. Beauvoir me ensinaria, mais uma vez, que a mulher não tem nada de frágil e ouviria atenta, minhas ânsias. O Árabe que escreveu o provérbio- árabe que dizia "Isso também vai passar" que eu não sei onde eu li, também me entenderia. Freud me entenderia, talvez eu nem precisasse de análise. O mundo talvez não, mas eles me entenderiam.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-11061011162869292212013-01-20T15:17:00.001-08:002013-06-26T19:24:16.714-07:00Encantamento Às vezes, vezenquando, quando vez, quando vens. De encontrão encontramo-nos e no encontramento encantamento fez-se. E eis que tudo virou luz. Sons, luzes e palmas. Seja o que for: encantamento. Outrora passou, quiçá passe. Associação livre de ideias é o mesmo que libertamento desprendido de sensações? Fora o que senti. Que criem-se palavras que sejam capazes de exprimir e dar sentido ao momento. Viver sem estar sujeito ao encantamento é duvidosamente mau. Bem, que Deus conceda-lhes a oportunidade de sentir um dia. Desejo-lhes tudo de encantamento despropositado prosa poesia literatura marginal leitura de boteco e Machado de Assis. Principalmente Machado de Assis! E se achares pouco, um pouco de criatividade e mel: Melamed. Usem outras línguas, investigue em dicionários, não se esqueçam dos aforismos. Chamem os nossos amigos Ets. Jogue com as palavras, que todos os trocadilhos e figuras de linguagem floresçam em ti, em nós. Sem medo, ter medo é desperdício tal como quando você deixa de espreguiçar-se em sua cama por mais 5 minutos antes de ir ao trabalho. Desperte, desperte em ti o desejo da simplicidade, de ver beleza nas coisas simples contanto que não vós passe despercebido o que te faz feliz, e que seja simples! Que seja simples, pois há de nascer algo mais bonito que flor. Desejo-lhe tempo. Pois que falta e que falta faz o tempo! Há de vir o tempo em que daremos mais importância à literatura que à ciência. Assim espero, despertar no entanto, relaxada, sem pressa de querer que as coisas saiam do meu jeito e não do jeito a que conspira o Deus Universo. Sorte, sonho, doçura. Desejo a nós, a todas as criaturas pensantes e inanimadas. Sonho, sonhe, sonho. Que não vivamos só deles, mas do que eles nos proporcionarem. Desejo muito encantamento ao mundo, vide que precisa.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-90478901978433359282013-01-17T10:25:00.000-08:002013-06-26T19:24:16.719-07:00Nunca em negrito é um esporro Que todos as caps locks sejam pressionadas ao mesmo tempo. Hoje eu não quero uma atenção flutuante. Estudar psicanálise tem mexido muito comigo. Tudo tem mexido, como já indicava meu mapa astral. O inferno está posto, é não é o de 3 dias denominado TPM. Júpiter encontra Saturno e chama Peixes pra brincar comigo e desestruturar minha vida: Estou apaixonada. Uma daquelas, fortes que vem tipo pororoca de abril, devastando tudo. Que te tira todas as certezas que na verdade nunca foram certezas porra nenhuma. Daqui a pouco faço 20, e parece que eu não consigo sair dos 13 nunca. Já pensou o quanto um negrito num texto uniforme pode fazer diferença? Já pensou o quanto alguém pode te deixar nas nuvens e depois ir embora te deixando mal e com uma dor no peito, um nó absurdo na garganta, uma dificuldade imensa de respirar? O oxigênio não chega ao cérebro e você não pensa. Só treme e fica sem reação ao ver a pessoa que você queria ter. Ter de uma forma egoísta e que te dê mesmo a sensação de pertença. Qual é o problema de querer pertencer a alguém, afinal? Que sejam minimizadas todas as teorias, todas as receitas de bolo. Hoje eu quero me declarar neurótica-obsessiva- histérica- apaixonada. Eu quero me libertar de todos os meus traumas. Realmente não sei se é melhor viver no mundo da fantasia, em que não há espaço pra frustrações, pra choro ou insônia. Fantasiar deve mesmo ser melhor que viver. Dizer Nunca é o mesmo que clamar aos céus e a Terra: quero que aconteça. Dizer <i>nunca, </i>assim em negrito, é um esporro. <i>Viver é um esporro.</i><br />
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Você pode estimular seu cérebro lendo sei lá, Freud ou Levistrauss. Eu particularmente não acho que uma pessoa é pouco inteligente quando não entende essa "lógica" e as peripécias do amor. Tantos autores dedicaram tantos anos e livros, tantos partos, esforços de subjetividade e sensibilidade para descrever, ilustrar o que é e como pode ser isso tudo. Foram formidáveis, geniais é verdade. Pessoa é pessoa ! Mas eu pergunto-lhe, pra quê? Se você não sente ou nunca sentiu uma coisa pulando do seu peito ao ver uma pessoa ou não sabe como é deixar de comandar o seu corpo quando beijou outra, sinto muito em iformar-lhe meu caro, não adiantou nada, você não sabe nada de amor! Eu humildemente não sei... E por que, quando ser solteiro passou a ser algo tão doloroso assim? É errado? É ser infeliz? Um dos meu autores preferidos diria : "Os solteiros é plural então até que nem tão solteiros assim." Ele dedica um texto inteiro só para problematizar a solteirice e o casamento. Eu adoro esse texto, leio, releio, treleio. Por quê? Ora, porque eu sou solteira! E porque apesar de toda a dialética do Melamed( o autor) tudo o que eu penso enquanto leio suas palavras tão bem colocadas é : “Eu queria ter um namorado assim’ e sabe o que ele me diz? “solteiro quer dizer o sol inteiro. E ainda: só, mas inteiro.”.<br />
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Sabe Michel, eu concordo, eu acredito. Hoje não foi um dia ruim. Amanhã continuarei a ser sol, ser inteira. Porque somos e seremos até o que o amor nos encontre sol- inteiros.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-67016623842564739252010-12-21T13:04:00.002-08:002013-06-26T19:25:10.820-07:00ANA I (Aquele olhar)Chegou.<br />
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Vestia-se de modo simplório. Sua habitual calça jeans, blusa de manga azul e all star. Era seu uniforme diário. <br />
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Pensou nas coisas que deveria fazer, pensou até em se alegrar com algumas lembranças, uns sorrisos dispersos, abertos. Mas lembrou-se da louça, ora a louça! <br />
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Sua realidade dura demais não a dava muito tempo para relembrar. <br />
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Trocou de roupa. Com seu short curto, ligou o rádio no último volume na tentativa de afastar maus pensamentos – música renova as energias – dizia sempre, ora para os outros, ora para si mesma.<br />
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Louça lavada, hora de lipar o banheiro ouvindo Pagu, era um ritual.<br />
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Comida no fogo, era ágil. Parecia que em seguida tiraria o pai da forca, ou que tinha 3 crianças para cuidar. Mas não tinha, não tinha ninguém para cuidar, só si mesma, e ninguém que a cuidasse.<br />
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Não era sozinha, mas era o que parecia a maior parte do tempo. Após teminar seus primeiros afazeres, pensou em seguir com os próximos. Precisava estudar. Então reiniciou seu ritual diário. Forrou o chão, e o encheu de travesseiros, esparramou os livros. Pensou no que deveria estudar. Biologia. Embora o que precisasse no momento era de uma boa literatura. Clarice, Drummond? Qualquer coisa a céculas, teorias e relações. Sua vida andava com relações desarmônicas por demasiado, canibalismo diário de si mesma.<br />
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Deitou -se em meio aos livros com desânimo. Pensou que as coisas poderiam ser um pouco diferentes ou pelo menos mais parecidas com antes, fechou os olhos e começou a relembrar...<br />
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Era frio, verde. Ela estava linda, com poucas vezes. Vestia uma blusa preta, meia calça e um sobretudo que acentuava sua silhueta longa e esquia mas que a deixava com um ar europeu que todos a elogiam, mal percebia seu sorriso de canto de boca ao ouvir que parecia uma francesa. Foi um tarde linda, e ela sabia disso.<br />
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Sorria de novo, agora um pouco mais triste, mas afinal, nem fazia tanto tempo assim. Pensou no quanto uma pessoa muda, mesmo em pouco tempo cronológico, é uma espécie de tempo de aura, de renovação de energia, mas não queria pensar muito em tempo, não no tempo que tinha passado, contentou-se em relembrar. <br />
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Teleportou-se exatamente para o momento em que alguém arrumava seu cachecol de um jeito diferente e dizia o quanto a cor de seu cabelo acentava com o mel de seus olhos. Lojas, sorrisos, gestos, conversas, naquele momento ela tinha esquecido-se de tudo, tudo, tudo. E tudo era muito. Foi quando chegou finalmente, ao momento em que mais que sua mente seu coração queriam reviver e (re)sentir, (tre) sentir. O olhar. <br />
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Não fora sempre observadora de olhares, por diversas vezes os ignorava, mas com o tempo como tudo que muda, seus sentimentos em relação à olhares também mudou. <br />
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Um olhar tocava-a tão profundo como uma música, um beijo, uma sensação, transpassava um toque físico, um sorriso, porque os lábios mentem, tem gente que sorri bonito mesmo triste, mas os olhos não, esses não sabem mentir pois são o reflexo da alma, e a alma para ela era tudo, e se tudo era muito, a alma era muito mais.<br />
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Olhou mesmo de olhos fechados aqueles olhos de novo, e não hesitou em sorrir novamente.<br />
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Eram olhos ávidos, olhando a multidão, até encontrar os seus, e então perder-se um dentro do outro, por instantes, por milésimos de segundo, por... E sentiu de novo seu corpo estremecer, um frio diferente, frio bom.<br />
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Se existe destino a culpa foi exatamente dele, porque só a ele caberia se encarregar de criar a cena de reencontro ente uma amiga e ela ao lado do seu-garoto-de-olhos-tocantes.<br />
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Cumprida as formalidades, foi a ele que seus olhos teimaram em procurar, localizar, e foi meio descrente que ela olhou para o lado, e lá estava ele, olhando-a de frente, profundo.<br />
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Foi dele um dos poucos olhares que a acanharam, ora não fazia muito seu estilo acanhar-se, mas ele era diferente, olhava bonito. E foi após um vulto de um pessoa passando em sua frente, entre vozes conhecidas que ela percebeu, não eram só os olhos, ele era lindo. Lindo com poucos, portador de uma beleza que hipnotiza, daquelas em que se olha primeiro os olhos e perde-se sei lá quanto tempo admirando-os, sem perceber, sem se preocupar com o que há em volta, cor, roupa, cabelo, ou qualquer outra coisa, é só O olhar, e se for recíproco, não necessita-se de mais nada, de contar, de lembrar, só de sentir. É coisa de alma.<br />
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- Sabe com é isso? <br />
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- Acho que agora sei.<br />
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- Ah então Ana, foi meio que isso, eram umas luzes azuis fluorescentes.<br />
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Foi então que Ana percebeu que estavam falando de luzes mas não das mesmas luzes. A Luz que refletia no rosto de Ana era diferente de qualquer luz fluorescente existente. Seus olhos já não a obedeciam mais, só queria saber de procurar os outros olhos e descobrir o que eles tinham, qual era o segredo, a história, os medos, as verdades que se escondiam atrás das córneas e da hereditariedade. <br />
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E foi pensando no segredo que sorriu, e que viu sorrir para ela outra boca. Esquivou-se. Estaria dando bandeira? Mas e daí . Seus olhos precisavam daquele momento pra lembrar-se quando os problemas diários a atormentassem. Só queria olhá-los até quando pudesse, até que se perdessem. <br />
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- O que você tanto olha? <br />
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- Olhos.<br />
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-Como?<br />
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E foi entre não explicações, que ele a olhou pela penúltima vez e sorriu de canto de boca, ela atônita só sabia olhar, nem sorrir, por que se sorrisse talvez mentisse um pouco, não conseguia nem ser mais cordial, só olhar, olhar e sentir, e foi assim que ele ia afastando-se e ela sentindo a falta, a distância, a perda. Antes de dobrar a esquina ele a olhou pela última vez.<br />
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- Você está estranha hoje.<br />
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- Acho que preciso de roupas novas. <br />
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Ao abrir os olhos sorriu mais uma vez, olhou para os livros e para sua roupa que em nada lembrava a tarde mágica que vivera. Acordada, lúcida de suas lembranças, sabia que tinha que fazer algo em relação à sua vida depois de pensar em tudo que um dia a fez tão feliz como simples fleches que a davam o luxo de fugir de seu cárcere- cotidiano . <br />
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Foi limpar o banheiro.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-27754446326303261302010-11-05T14:04:00.000-07:002013-07-01T20:44:11.825-07:00Julieta Vai Julieta, sai desse bode.<br />
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Vai passear, namorar, sair, dançar se divertir. Entra um pouco na internet, vai ao cinema, toma um banho de mar. Faz alguma coisa Julieta! Garota bonita, fica aí olhando para o nada, conversando com plantas. Vive Julieta, vive de verdade!<br />
Certo dia Julieta disse : <br />
"Mulher estilosa é aquela que põe seu melhor vestido, melhor perfume, seu melhor batom e no jantar à luz de velas, pede o cara em casamento e racha a conta".<br />
Julieta não queria ser mulher, queria ser mulher estilosa. Mas cadê coragem, cadê? Julieta só sabia era falar com seres inanimados, se atrapalhava um pouco com gente. <br />
"Gente é estranha!" - dizia Julieta, como se fosse adiantar alguma coisa.<br />
Vai Julieta, levanta dessa cama, troca esse pijama.<br />
Julieta não é princesa, nunca foi. E nem quer ser. Quer? Julieta não sabe, sabe não. Julieta queria um Romeu. Mas não romeu careta, um Romeu despojado.<br />
Saí Julieta, vai ver a luz do sol, passa um batom nesses lábios grossos, solta esses cachos, se abre para o mundo menina!<br />
E Julieta foi.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-88945301201484313932010-10-11T18:11:00.000-07:002014-01-22T17:17:19.074-08:00O encontro perfeito Choveria.<br />
Eu estaria ensopada esperando o ônibus para um lugar qualquer.<br />
Ele estaria no ônibus, desconexo do mundo, olhando a paisagem.<br />
Eu entraria um tanto quanto decepcionada com o dia, molhada, despenteada, simples.<br />
Sentaria ao seu lado.<br />
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Ele olharia-me rapidamente.<br />
Eu, preocuparia-me em não molhar-lhe.<br />
Ele não se incomodaria com as gotas geladas do meu corpo e meus cachos tocando-o, continuaria sua leitura silenciosa.<br />
Eu leria Clarice, ele, Shaskepeare.<br />
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-Gosto muito deste livro dela.<br />
- Eu adoro Shaskepeare.<br />
- É tão...<br />
-É.<br />
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Conversaríamos sobre a chuva, sobre dia, o percurso, os problemas do mundo.<br />
E demoraria para o nosso ponto chegar.<br />
Nada de contos de fadas, telefones ou contatos símbolos da modernidade.<br />
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-Aceita casar-te comigo? ele.<br />
- Como? eu.<br />
Disse Romeu à Julieta. Diria ele, voltando à leitura.<br />
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- Ah! Diria eu sem malícia, pensando no quanto era bom estar molhada num banco de ônibus.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-30867010813409814292010-09-21T18:52:00.000-07:002014-01-22T17:17:19.071-08:00Paredes, caminhos , desencontros Essas paredes descascadas, frias, só aumentam essa sensação de solidão absoluta, é o vazio de lembrar daquela tarde que não pode mais voltar. E se eu olho por alguns minutos para o lado, fixo para essas paredes verdes, elas tomam dimensões enormes e levantam-se contra mim querendo devorar-me. Através delas eu vejo teus olhos negros, ávidos, ao me olhar, ora secando meus lábios, ora querendo decifrar-me através das expressões dos meus- somos olhos, fomos olhos apaixonados um dia. Quando me lembro de você, sorrio, mesmo que o meu dia não tenha sido tão bom ou feliz, mas sorrio ao ver o quanto tínhamos em comum, é cômico agora. O sorriso não dura muito, logo, penso que todo esse meu sorriso não deixa de ser forçado, é cinismo. Então me entristeço, no desconserto dos meus pensamentos. Quero pensar em comida, viagens, garotos, mas só o que consigo pensar é no rio, no verde- estou meio obcecada por verde, antes mesmo de te conhecer, o verde já me fascinava, sinto que ele quer me dizer alguma coisa, tenho o meu preferido, escuro, por ser tão exigente, nenhum outro tom de me agrada , nem um outro tipo me atrai tanto quanto você. Mas a culpa não é bem nossa, são questões demográficas, etárias, ou Ele - o verde. O problema não é conosco, somos pessoas certas o momento é que é errado, e eu só posso sentir muito, você também. Eu gostava de te ouvir falar, fala mansa, vocabulário enrustido, gostava da sua idade, sobretudo da sua idade e do jeito que você me olhava, fitava-me como se eu fosse uma criança, como se quisesse me proteger. Desculpa por eu não ser tal infantil assim, tão angelical. Nós nos fantasiamos muito. Sempre fomos opostos, suas mãos quentes e as minhas frias, seu sorvete de flocos,o meu com cobertura de chocolate, nos completávamos no pequenos detalhes, nossos gostos musicais, por filmese comidas variavam, nossos desejos e planos de vida também, eu era livre. Você sempre preso demais. Seu beijo era respeitoso, com carinho, talvez esse fosse um dos problemas ou pelo menos passou a ser depois de eu não mais fantasiar, aí a coisa muda: eu, pé no chão demais e você querendo sonhar. Paramos de caminhar juntos, agora, eu gostava de vê-lo pelos caminhos da vida. Eu, mesmo sabendo o que queria sempre fui mais insegura, você não, parece que a vida sem roteiro te fazia bem. Parei de fazer planos com você e você comigo, naturalmente, assim como quando você descobriu que eu só tomava leite para te agradar e que às vezes eu o beijava pensando na roupa que eu iria usar no dia seguinte, eu parei de me perder, e nessas perdas e devaneios, comecei a me achar, e te perder. Nos desencontramos.Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-41588949341229840972010-03-01T09:47:00.000-08:002014-01-22T16:59:09.831-08:00Amor Platônico<a href="http://2.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S4wBiSUaxNI/AAAAAAAAAFA/cgPmonkrJOY/s1600-h/platao1%5B1%5D.jpg"><img style="margin: 0px 0px 10px 10px; width: 286px; float: right; height: 400px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443727738128745682" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S4wBiSUaxNI/AAAAAAAAAFA/cgPmonkrJOY/s400/platao1%5B1%5D.jpg" border="0" /></a><br /><div>Tudo começa com olhares, sorrisos ou simples conversas.</div><br /><div>Os olhares podem não ser <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-corrected">necessariamente</span> para você, os sorrisos com os amigos, ou por outro motivo qualquer que não seja você e as conversas podem ser por orkut, <span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">msn</span></span>, <span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-error"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">twitter</span></span>, ou <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-corrected">qualquer</span> outra página de <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-error"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">ralacionamento</span></span>. </div><br /><div>Logo, você começa a idealizar uma vida ao lado dessa pessoa, parece incrível! Mas não se iluda, é doloroso! </div><br /><div>E que tal, se ele/ela morar longe pra caramba ? A chance de você conhecê -lo pessoalmente for 01 % e pior, se ele estiver a fim de uma outra pessoa que mora no mesmo bairro que ele ou estuda na mesma faculdade que ele?</div><br /><div>Melhor! Ah..porque ainda pode melhorar, se ele te dá maior papo no <span id="SPELLING_ERROR_5" class="blsp-spelling-error"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">msn</span></span>, no orkut, adora você, te acha engraçada e autêntica e <span id="SPELLING_ERROR_6" class="blsp-spelling-corrected">sempre</span> te faz elogios maravilhosos como 'Eu adoro você sabia? Já é uma grande amiga pra mim", isso ele diz claro quando você acaba de ajudá-lo com a tal menina por quem ele está apaixonado...</div><br /><div></div><br /><div>DROGA DE AMOR <span id="SPELLING_ERROR_7" class="blsp-spelling-error"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">PLATÔNICO</span></span>!</div><br /><div></div>Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-87356840877946226602010-02-28T07:08:00.000-08:002014-01-22T17:00:30.802-08:00As palavras<a href="http://4.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S4qIqP_7XRI/AAAAAAAAAE4/6kV6o5QD724/s1600-h/PALAVRAS+PODER%5B1%5D.jpg"><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; width: 300px; float: left; height: 400px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5443313359061212434" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S4qIqP_7XRI/AAAAAAAAAE4/6kV6o5QD724/s400/PALAVRAS+PODER%5B1%5D.jpg" border="0" /></a><br />As palavras tem mexido muito comigo ultimamente. Ultimamente? Não, na verdade desde que aprendi a lê-las, entendê- las e agora olha só...Posso até senti -las.<em></em><em></em>Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6995956225449728655.post-72877900198645328372010-01-27T14:01:00.001-08:002014-01-22T17:04:18.373-08:00Um hippie em minha vida<a href="http://2.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S2C3_zaoGrI/AAAAAAAAAD4/b4NK2N2XV44/s1600-h/hippie%5B1%5D.jpg"><img style="margin: 0px 10px 10px 0px; width: 400px; float: left; height: 279px;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5431543457370348210" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_bS1ij2_ReR0/S2C3_zaoGrI/AAAAAAAAAD4/b4NK2N2XV44/s400/hippie%5B1%5D.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>Ontem eu conheci um hippie, ele era incrível, estava bêbado e parecia já fazer algum tempo que não tomava banho. Mas era um homem supersábio, educado e legal que de alguma forma me cativou. Ele era hippie mesmo do tipo que ouve Raul Seixas, e falava coisas do tipo: " maluco, bicho, babilônia, marmota, jóia e podes crer" Ai bicho adorei conhecê-lo, podes crer! Ficamos amigos.<br /><br /></div>Livia Lemoshttp://www.blogger.com/profile/06392438589514627559noreply@blogger.com0